Por Dr. Walter Cácio da Costa Milhomem

A noção de evolução, introduzida em primeiro lugar na biologia, invade todo o discurso científico atual, teorizando que, há alguns bilhões de anos, a matéria evoluiu para estados organizados, de complexidade, de aperfeiçoamento, cada vez mais elevados. A partir do caos inicial, ela gerou, sucessivamente, os núcleos, os átomos, as moléculas, as células e os organismos vivos.

A descoberta do código genético pelos anos cinqüenta mostrou que as células dos seres vivos contêm as informações necessárias a manutenção e reprodução da vida. Estas instruções escrevem-se com um alfabeto composto por quatro letras, A, C, G, T, cada uma das quais é formada por uma molécula de uma quinzena de átomos chamada de nucleótido. As palavras, obtidas pelo alinhamento, numa ordem, precisa, destas quatro letras, são os genes. Um só gene pode alinhar alguns milhares de nucleótideos. Colocadas ponta a ponta, as seqüências dos genes formam os cromossomos. No homem, cada célula contém 46 cromossomas, cada um formado por milhões de genes, ou seja, milhares de milhões de nucleótideos. Estas seqüências moleculares, enroladas em novelo no núcleo celular, atingem quando desdobradas vários metros de comprimento. Cada espécie viva, cada indivíduo da espécie, possui a sua própria seqüência: a chave da sua identidade.

As células vivas são elementos de uma nova combinação. Associadas em proporções variadas, dar-se-á conta de todos os seres vivos da Terra: plantas e animais.

Os biólogos soletram os organismos vivos em termos de células e as células em termos de moléculas gigantes, os químicos decifram estas biomoléculas em moléculas simples e estas em átomos, os físicos separam os átomos em núcleos, já os núcleos são decompostos em núcleons e estes
em quarks. Todos estes sistemas físicos são soldados pela ação das forças naturais. Dentro dos núcleos, é a força nuclear que opera. Já nos níveis superiores, são as forças eletromagnéticas e gravitacionais.

Atualmente está em curso um gigantesco projeto da ONU, denominado Projeto Genoma, cujo objetivo é fazer um mapeamento completo ao fundo dos genes. Orçado em 3 bilhões de dólares, esta empreitada visa, a partir de estudos de amostra de sangue, decifrar todas as seqüências da molécula da vida humana, o DNA. Este trabalho já começou. O estudo do DNA de algumas raças e tribos tem mostrado que as diferenças biológicas entre as raças são às vezes menores que entre os próprios grupos. A ONU quer que até o ano 2004 a carta genética humana esteja aberta. Assim, o mapa genético da espécie aberto, terá muitos objetivos finais, não havendo espaço para um comentário agora.

A natureza está estruturada como uma linguagem, porém estas estruturas organizadas tendem a deteriorar-se com o tempo. As energias tornam-se cada vez menos utilizáveis. A segunda lei da termodinâmica declara que tudo tende a se desgastar, isto é, o universo está se desgastando. Sistemas de energia de alto nível são inevitavelmente reduzidos a sistemas de baixo nível. Assim a natureza não pode ter criado e nem aumentado a complexidade do universo físico, o qual, segundo parece, está destinado a morrer, quer dizer, a encontrar um estado onde todo o movimento, toda a vida, se tornarão impossíveis. Sendo assim a evolução infringe esta lei da natureza.

Em oposição ao conceito darwinista, a Bíblia concorda com os fatos observáveis de uma desordem progressiva. “Desde a antigüidade fundaste a terra: e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles como um vestido, envelhecerão; como roupa os mudarás e ficarão mudados. Mas tu, porém, és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim”, Sl 102.25-27; Is 51.6. Em vários outros textos bíblicos, temos a declaração do Senhor, como Criador do céu e da terra pelo se próprio poder e onipotência, Is 40.21-28; 42.5; 45.12-18; Jr 1.12; 27.7; Cl 1.20. Como a ciência não pode dar respostas a perguntas tais como “Deus existe?”, “a vida tem um sentido?”, “Há vida após a morte?”. Então as civilizações atuais são afrontadas diariamente em nome da ciência, ou pontos de vista filosóficos, com toda ordem de absurdos, como o de Sartre e Camus: “a realidade e a vida são integralmente desprovidos de sentido” ou, tentando reconstruir o passado, para reencontrar as nossas raízes cósmicas baseados em teorias, hipóteses e suposições, impondo imagens ambíguas, e falsas verdades.

A evolução é uma teoria universalmente aceita, não por ter sido comprovada, mas porque é a única alternativa. A criação especial é claramente impossível, onde a crença de que as coisas vivas foram especialmente criadas na terra não encontra apoio científico.

Há alguns anos vem se desenrolando um trabalho psicologicamente eficaz conhecido como apelo às massas, nos quais chamam os criacionistas de “ultraconservadores”. Dizem que você não pode ser um pensador ou cientista se não aceitar a teoria da evolução. Em 1993, foi mandado ao espaço a mais espetacular ferramenta produzida pelo homem para pesquisar o cosmo, o telescópio espacial Hubble de 2,1 bilhões de dólares. Um dos seus objetivos: encontrar compostos orgânicos o que justificaria algum sinal de vida. A partir daí haveria um marketing gigantesco dos evolucionistas, certamente contra os criacionistas. O Hublle tem trazido mais problemas do que soluções.

A ciência é o estudo do mundo material e está sempre buscando ordem ou leis no universo.

O naturalista supõe que o universo é material, enquanto que o criacionista sabe que existe o mundo natural e o mundo sobrenatural onde Deus, por estar fora do mundo universo material, pode mudar a lei natural, pois é o autor dela. Deus deu ao homem duas formas de revelação, a Natural, que devemos dar glórias a Deus por esta tão magnífica e perfeita obra que é a natureza. E a revelação especial, o livro sagrado, a Bíblia, a palavra escrita de Deus. Por causa destas formas de revelações, todos os homens de todos os tempos, estarão diante de Deus, para dar conta de seu livre arbítrio, pois não haverá como se desculpar diante do Senhor Deus. A a obra natural glorifica Deus.

“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis”, Rm 1.20.

O cristão espiritual, reconhece que o seu entendimento da ordem de eventos e dos métodos empregados pelo Criador, ao trazer o mundo à existência, consiste, basicamente, num compromisso de fé face a revelação especial de Deus. É pela fé (não pela observação), que entendemos que o universo pela palavra de Deus foram criados , de maneira que o visível veio a existir das cousas que não aparecem, Hb 11.3. A nossa confiança na autoridade da Bíblia como palavra de Deus, ou revelação escrita de Deus aos homens, é baseada na profunda convicção de que o Senhor Jesus Cristo falou a verdade incontestável, Jo 14.6; Mt 5.18; Jo 5.46. Não estava enganado nem tão pouco enganando ninguém. A dificuldade para entender a doutrina da criação vem do fato de termos natureza decaída. “O homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”, 1 Co 2.14. O livro de Gênesis informa-nos sobre a perfeição da Terra no seu ‘principio’, como reflexo da comunhão do homem com seu Criador, onde o homem exercia pleno domínio sobre a Terra e os seres vivos, Gn 1.26-28. Todas as coisas estavam sob seus pés, e Deus coroou-o de glória e honra, Sl 8.5-8; Hb 2.5-8. Mas, com a rebelião, a Terra foi reduzida ao seu estado atual de frustração, sofrimento e morte, conforme diz o apóstolo Paulo: “Porque a criação ficou sujeita a vaidade, não por sua vontade , mas por causa do que a sujeitou”, Rm 8.20. Sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora.

O fundamental nas questões das origens é saber se a pessoa deposita fé na Palavra escrita do Deus vivo e pessoal ou se confia na habilidade do intelecto humano, que extrapola buscando nos processos que se observam na natureza, os acontecimentos do passado (princípio); conjeturando uma série de hipóteses que consideram “verdades”. Quando Deus trouxe os mundos à existência, tanto mundos espirituais, quanto o mundo natural, nenhum cientista esteve presente e ninguém tem ou teve o privilégio de assistir a criação dos mundos, a não ser por revelação divina. “Quem, pois, .conheceu a mente do Senhor? ou quem foi o seu conselheiro?”, Rm 11.34. “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”, Is 55.8,9.

Mas o profeta Isaías declarou que este reino animal, que caiu juntamente com o homem, será restaurado: “ Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”, Is 11.9. Esta solução, anunciada por Deus para a atual crise terrena está por vir: O Senhor Jesus Cristo, o único restaurador e Salvador da humanidade.

Walter Cácio da Costa Milomem é Doutor em Física Nuclear, Professor da UFMT

Fontes:
Especial para o Portal Pés Formosos – www.pesformosos.org.br

 

6 respostas para “O LIMITE DA CIÊNCIA”.

  1. Avatar de Daniel de barros
    Daniel de barros

    Gostei de mais da seu estudo pesso a Deus que te abençoe muito

  2. Talves, se o senhor(o autor) se empenha-se mais no estudo da física ou de outra displina, com o intuito de gratificar à humanidade, não viveriámos tal decrepitude física ou Bíblica ou de qualquer natureza!!!

  3. Demétrios, apresente argumentos!!!

  4. eu achei muito interesante

  5. As pessoas que abrem a boca pra fala sobre a existencia de Deus, não tem argumentos Pr. Valmir.

    Abraços.

  6. Olá!

    Gostaria de dizer — se o Editor permitir, é claro — que o evolucionismo, como qualquer outra teoria, é só mais um modismo intelectual. Atualmente já está muito gasto aliás, trata-se de uma idéia surrada e contestada há muito tempo.

    Atualmente, e em qualquer outra época, para ser um cientista sério, é preciso considerar a provisoriedade do conhecimento científico — e não se agarrar religiosamente a uma teoria altamente ideológica como o evolucionismo, nem a qualquer outra: é perciso ter a mente SEMPRE aberta a idéias melhores.

    Abraço!

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