por Valmir Nascimento

O cenáculo, o quarto dos tempos bíblicos, captura um quadro simbólico significativo e vibrante da fé cristã. Para os cristãos em geral, embora não seja sagrado, é um importante símbolo da fé, pois foi neste local  que Jesus realizou a última ceia com os seus discípulos, possivelmente também onde ocorreu o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes. 

Por sua posição central dentro da narrativa bíblica do pentecostes, este quarto íntimo capta uma poderosa imagem com a qual é possível compreender as dimensões da fé cristã cheia do Espírito, que engloba tanto a espiritualidade experimentada no interior do quarto, quanto o testemunho público da praça pública.

Uma fé que se manifesta somente dentro do cenáculo, restrita à experiência mística, é uma fé que apresenta falhas. É uma espiritualidade enclausurada. Por outro lado, a fé que se preocupa tão só com o que está fora do cenáculo, com as questões de natureza social, sem considerar a experiência e o fervor do Espírito, também se mostra carente. A esse tipo chamo de religião social. 

Uma fé íntegra e legitimamente pentecostal procede do interior do cenáculo, a partir de profundas experiências com o divino, mas irrompe para fora, tornando-se um estilo de vida que molda as nossas ações e fornece diretrizes para a relação com a cultura e com as estruturas de poder. 

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