E se o Relativismo fosse verdade – Uma ilustração


por Matthew J. Slick (www.carm.org) – Translated into Portuguese by Hamilton B. Furtado

Relativismo é a posição em que todos os pontos-de-vista são tão válidos quanto quaisquer outros e em que o indivíduo é a medida do que é verdade para si. Eu vejo um grande problema nisso. A seguir está uma ilustração para demonstrar por quê.
O contexto: Um ladrão está sondando uma joalheria a fim de roubá-la. Ele entra para checar se há algum alarme visível, fechaduras, o espaço, etc. Neste processo ele inesperadamente se vê envolvido em uma discussão com o proprietário da joalheria, cujo passatempo é o estudo de filosofia e que acredita que a verdade e a moral são relativas.
– Então – diz o proprietário – Tudo é relativo. É por isso que eu acredito que toda a moral não é absoluta é que certo e errado é algo que o indivíduo deve determinar dentro dos limites da sociedade. Mas não há um certo e errado absoluto.
– É uma perspectiva muito interessante – diz o ladrão. – Eu entrei acreditando que existia um Deus e que existia certo e errado. Mas eu abandonei tudo isso e concordo com você que não existe um certo e errado absoluto e que nós somos livres para fazer o que queremos.
O ladrão deixa a loja e volta à tarde para assaltar. Ele desarma todos os alarmes e travas e está no processo de roubar a loja. Neste momento entra o proprietário por uma porta lateral. O ladrão saca uma arma. O proprietário não pode ver a face do ladrão porque este usa uma máscara de ski.
– Não atire em mim – diz o proprietário. – Por favor, pegue o que quiser e me deixe me paz.
– É exatamente isso que eu pretento fazer. – Diz o ladrão.
– Espere um pouco. Eu conheço você. Você é o homem que estava na loja hoje cedo. Eu reconheço sua voz.
– Isso é muito ruim para você – diz o ladrão.
– Porque agora você também sabe como eu sou. E como eu não quero ir para a cadeia eu vou ter que matar você.
– Você não pode fazer isso – diz o proprietário.
– Por que não?
– Porque não é certo. – implora o homem desesperado.
– Mas você não me disse hoje cedo que não há um certo e errado?
– Sim, mas eu tenho uma família, filhos que precisam de mim e uma esposa.
– E daí? Eu tenho certeza que você tem seguro e eles vão faturar um bom dinheiro. Mas como não há certo ou errado não faz diferença se eu mato ou não você. E já que se eu deixá-lo vivo você irá me delatar e eu irei para a prisão. Lamento, mas isso não vai acontecer.
– Mas é um crime contra a sociedade me matar.
– Isso é errado porque a sociedade diz que é. Como você pode ver, eu não reconheço o direito da sociedade impor moralidade sobre mim. Tudo é relativo. Lembra-se?
– Por favor, não atire em mim. Eu lhe imploro. Eu prometo não contar para ninguém como você é.
Eu juro!
– Eu não acredito em você e não posso arriscar.
– Mas é verdade! Eu juro que não conto para ninguém.
– Desculpe, mas isso não pode ser verdade, porque não há verdade absoluta, não há certo nem errado, nem erro, lembra-se? Se eu deixar você viver e sair você vai quebrar sua promessa porque isso tudo é relativo. Nâo há chance de confiar em você. Nossa conversa esta manhã convenceu-me que você acredita que tudo é relativo. Por causa disso eu não posso crer que você irá conservar sua palavra. Eu não posso confiar em você.
– Mas é errado me matar. Não está certo!
– Para mim não é nem certo nem errado matar você. Uma vez que a verdade é relativa ao indivíduo, se eu matar você, esta é a minha verdade. E é obviamente verdadeiro que se eu deixá-lo vivo eu irei para a prisão. Lamento, mas você mesmo se matou.
– Não! Por favor, não atire em mim. Eu lhe imploro.
– Implorar não faz diferença.
(Bang!)

Se o relativismo é verdadeiro, então qual o problema em puxar o gatilho?
Talvez alguém possa dizer que é errado tirar a vida de outra pessoa sem necessidade. Mas porque seria errado se não há um padrão de certo e errado?
Outros podem dizer que é um crime contra a sociedade. Mas, e daí? Se o que é verdade para você é simplesmente verdade, então qual é o erro em matar alguém para se proteger depois de roubá-lo? Se o que é verdade para você que para se proteger você deve matar, então quem se importa com o que a sociedade diz? Por que alguém seria obrigado a se conformar com normas sociais? Agir assim é uma decisão pessoal.
Embora nem todos os relativistas ajam de maneira não-ética, eu vejo o relativismo como um contribuidor para a anarquia geral. Por quê? Porque é uma justificação para fazer o que você quiser.

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2 comentários

  1. Como minha primeira participação neste blog, gostaria de expressar minha preocupação com o que tenho visto ultimamente no meio em que vivemos.

    Tanto no meio secular quanto no meio evangélico, muitos têm aderido ao Relativismo sem perceber. Por falta de uma análise mais acurada do que se ouve e do que se consome, acabam apoiando involuntariamente este grande e maligno projeto do “prícipe deste século”.

    Um exemplo bem recente é o que aconteceu em uma reunião de cooperadores e obreiros do setor em que congrego. Em que um professor da EBD – homem zeloso pela sã doutrina e compromissado com as coisas de Deus – alertou aos obreiros e cooperadores, principalmente os professores de pré-adolescentes, a analisarem mais aprofundadamente a lição que fora publicada recentemente para uso em sala de aula com os alunos desta faixa-etária. Mediante uma análise rápida de alguns pontos tratados nesta revista, o professor demonstrou como o conteúdo usado ali estava impróprio para uso em nossas igrejas.

    Este é um pequeno exemplo que eu presenciei. Coisas muito maiores e mais danosas estão aí à porta de nossas igrejas querendo adentrar em nosso meio. Travestida de coisa de Deus mas, na verdade uma perniciosidade que ter por finalidade o afastamento do homem da vida santa na presença de Deus, perdendo este a comunhão, a graça e, finalmente a salvação.

    Que Deus tenha piedade de nós, que estamos aqui discutindo estes temas de tanta importância para a nossa vida espiritual e também para a de quem vier a tomar conhecimento destas informações. Que possamos ser usados por Ele para o engrandecimento de Seu reino. Que tenhamos discernimento e ousadia, nesta ordem, para falar o que Deus quer que falemos.

    (I Corintios 15:58) – Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.

  2. sim é verdade… mas mesmo assim não esclareceste, porque nao se pode matar? sabes porque? porque se matares sabes que te mataram a ti entao ficas sossegado! o fundamento é o medo!

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