Valmir Nascimento aceitou a Cristo em 1997, aos 19 de idade, em Pontes e Lacerda (MT). Desde então, nasceu no seu coração o desejo de aprender as Escrituras e o amor pela Escola Dominical. A cada nova lição bíblica, ele crescia na graça e no conhecimento, transformando a ED na melhor e mais importante faculdade da sua vida. Por isso, ele a chama de a “Universidade Oficial do Cristão”.
A ED teve, por isso, importância vital durante o período que Valmir frequentou a Faculdade de Direito. Embora tenha sido aconselhado na época a desistir do curso superior, sob o argumento de que o ambiente acadêmico poderia fragilizá-lo espiritualmente, levando ao abandono da fé, a hostilidade ateísta e o relativismo moral do campus nunca o abalaram. “Penso que isso ocorreu por causa da graça de Deus e da minha assiduidade às Escolas Dominicais. As lições bíblicas ajudaram sobremaneira a fortalecer a minha fé e a resistir aos ataques sofridos durante o período universitário”. Hoje, Valmir é jurista, teólogo, mestre em Teologia e pós-graduado em Direito, com estudos na Universidade de Coimbra (Portugal) e Universidade de Oxford (Inglaterra). É professor universitário, editor da revista acadêmica Enfoque Teológico (Feics) de Cuiabá (MT). É ainda membro e diretor de assuntos acadêmicos da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure); escritor e palestrante no 9º Congresso Nacional da Escola Dominical, comentarista da revista de Jovens deste trimestre e evangelista da AD em Cuiabá (MT).
Neste trimestre, a revista de Jovens comentada pelo senhor aborda a relevância cristã em tempos difíceis. Qual a importância deste tema para a juventude cristã de hoje?
A lição tem como enfoque a declaração de Jesus em Mateus 5.13-15 de que os seus discípulos são o sal da terra e a luz no mundo. A palavra que melhor define essa dupla alegoria é “relevância”. Assim, em um mundo cheio de fome, pobreza, racismo, perseguição, corrupção, consumismo e outras doenças sociais, nossos jovens devem ser instruídos sobre como viver de modo relevante, de uma maneira tal que honrem as palavras de Cristo. A lição é importante, pois teremos a oportunidade de discutir sobre diversos temas que emergem na sociedade contemporânea, a respeito dos quais somos chamados a dar respostas contundentes à luz das Escrituras e das convicções cristãs. Mais que isso, a lição é um verdadeiro convite para que a juventude cristã testemunhe no poder do Espírito em todos os setores da sociedade, trazendo esperança verdadeira em tempos conturbados.
O senhor está participando pela primeira vez de um Congresso Nacional de Escola Dominical da CPAD como palestrante. Fale sobre a importância da sua disciplina a ser ministrada. E qual a sua expectativa para o evento?
Exato. Terei a oportunidade de ministrar sobre dois temas para os professores de jovens: O perfil do jovem do Século XXI e Os desafios da universidade para o jovem cristão. Devo parabenizar o setor de Educação Cristã da CPAD pela escolha destas disciplinas e das respectivas ementas propostas. As temáticas são realmente importantes; além de atuais, vão ao encontro dos anseios dos professores da juventude, como foi possível perceber no 8º Congresso Nacional que ocorreu em 2015. É crucial hoje que os professores conheçam o perfil dos jovens crentes e não crentes desta que é chamada de Geração Z, para que o ensino da Palavra de Deus seja ainda mais consistente e relevante. O segundo tema é igualmente valioso, afinal como educadores cristãos temos a tarefa de alertar e preparar a juventude cristã para o ambiente universitário, onde terão de lidar com várias filosofias e ideologias que ferem os princípios bíblicos. Portanto, considerando estes e os demais temas que serão explorados nas plenárias e seminários, minha expectativa é que o 9º Congresso Nacional da Escola Dominical seja um marco da educação cristã, diante do currículo proposto.
Qual a mensagem central da sua obra “O Cristão e a Universidade”? E o que o levou a publicar este tema?
A principal mensagem de O Cristão e a Universidade é: apesar de todos os desafios, é possível ser cristão dentro do campus. Minha experiência universitária e meu envolvimento com o evangelismo acadêmico me levaram a escrever a obra. Eu sentia a falta de um livro específico que pudesse ajudar os cristãos, especialmente os irmãos pentecostais, que estavam chegando às faculdades. Por essa razão, o livro foi escrito para servir de guia para a defesa e o anúncio da fé no ambiente acadêmico. Nele, eu desfaço o mito de que as universidades são responsáveis pelo abandono da fé dos cristãos e
ainda demonstro a necessidade de preparação bíblica e apologética dos crentes antes de iniciarem um curso de nível superior, para que possam aproveitar os estudos sem perderem a fé. Para ser bem sincero, é o tipo de livro que eu gostaria de ter lido quando ingressei na universidade. Pela graça de Deus o livro tem tido boa aceitação. Tenho recebido testemunhos de várias partes do Brasil, acerca da importância que a obra teve na vida delas.
Qual a influência da Escola Dominical no seu ministério e vida acadêmica?
Aceitei Jesus em 1997, aos 19 anos de idade, em uma cidade do interior do Estado de Mato Grosso chamada Pontes e Lacerda, e desde então nasceu em meu coração o ardente desejo de aprender as Escrituras e um profundo amor pela Escola Bíblica Dominical. A cada nova lição eu ia crescendo na graça e no conhecimento, de sorte que a Escola Dominical se tornou para mim a primeira e mais importante faculdade. É inegável a influência que ela exerceu em minha vida ministerial e acadêmica. Além do meu caráter ter sido moldado em grande parte nas aulas das manhãs de domingo, à medida em que recebia a exposição da Palavra. Aprendi sobre os princípios básicos para o exercício da vocação ministerial e as doutrinas essenciais da nossa confissão cristã, conhecimento este que me ajudou sobremaneira a vivenciar a fé no ambiente profissional e acadêmico.
Em sua opinião qual o papel da Escola Dominical na missão cristã de fazer e formar discípulos?
Antes de tudo, devemos ter em mente aquela observação do pastor, Antônio Gilberto de que a Escola Dominical não é um simples Departamento da Igreja, é a própria Igreja ensinando. Nesse sentido, ela exerce papel determinante na formação espiritual e intelectual dos cristãos, não somente para repassar as doutrinas cristãs, no nível religioso, mas também para capacitar os crentes a conectarem a fé com o que ocorre na sociedade contemporânea. Para que isso ocorra – e as nossas Escolas formem verdadeiros discípulos que tenham a mente de Cristo, é imprescindível manter os históricos fundamentos da educação bíblica, precisamente o apreço pelas Escrituras Sagradas e o respeito pela nossa Tradição (com “T” maiúsculo). Ao mesmo tempo, devemos aprimorar os nossos métodos de ensino e atualizar a abordagem para com o aluno, de maneira criativa e contextualizada.
Num tempo marcado pelo pluralismo e pelo relativismo, como o educador deve se posicionar para orientar melhor os jovens?
Em uma época marcada pelo pluralismo e pelo relativismo, os professores cristãos têm hoje a difícil tarefa de mostrar não somente a veracidade do Evangelho, mas também a sua relevância pública. Especialmente aos jovens, que sofrem, maiormente as pressões do mundo contemporâneo, o diálogo educacional deve ser franco e honesto, capaz de ajudá-los a encarar os dilemas do mundo atual e a discernir o chamado de Deus em suas vidas, com uma mensagem contextualizada das Escrituras Sagradas. No contexto assembleiano, o educador também não pode deixar de destacar a importância da experiência e a vida no Espírito, como fatores distintivos da nossa espiritualidade pentecostal.
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