A ilusão digital


As páginas amarelas de Veja desta semana (15 de junho de 2016) traz entrevista com o economista americano Robert Gordon, abordando a revolução da internet. Segundo Gordon as inovações proporcionadas pela rede mundial de computadores nos últimos anos são tímidas se comparadas aos avanços tecnológicos do Século XX, especialmente no quesito produtividade.

“Enquanto surgem vídeos que se autodestroem em quinze segundos as ferramentas que melhoram nossa vida no ambiente de trabalho são basicamente as mesmas de um década atrás”

Segundo Gordon: “Nada contra as redes sociais, mas, do ponto de vista econômico, há energia demais sendo gasta em aspectos relativamente efêmeros e desimportantes da vida”.

Talvez uma das causas dessa ilusão digital seja exatamente a tentativa de atender aos anseios de nosso tempo. Assim como a ciência, a tecnologia não é construída em um vácuo existencial. Ela considera em alguma medida os valores e o anseios correntes da sociedade, canalizando suas forças para atender as novas demandas.

Os vestígios do otimismo cientifico e tecnológico característico da modernidade foram suplantados definitivamente pela pós-modernidade de nossa época. Em nosso tempo, a tecnologia digital é mais um meio de satisfação pessoal do que necessariamente de produtividade profissional.

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