Fé e razão


por César Moisés Carvalho

Quando em 14 de setembro de 1998 o então papa João Paulo II publicou sua 12ª Encíclica ― Fides et Ratio ― que, devido a temática abordada, causou frisson no mundo inteiro, a impressão que se teve é que a fé e, consequentemente, a religião, inimigas da razão, quisessem agora manter uma harmonia impossível. É como se elas fossem água e óleo, não tendo o que dizer uma à outra, devendo manter-se cada uma em seu próprio campo de atuação. A igreja ― leia-se o catolicismo ― através de seu pontífice maior também já havia reconhecido, inclusive formalmente, em 1992 o erro cometido no caso Galileu. Evidentemente que vozes mais “conservadoras” do catolicismo afirmam que, na verdade, o erro foi justamente o pedido de desculpas pelo falecido papa. Porém, o fato é que essa atitude serviu como uma forma de comemoração para os racionalistas que acreditam que o reconhecimento do equívoco demonstra o ilogismo que há em a ciência ser subordinada à religião.

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1 comentário

  1. A verdade nua e crua é:
    Se um dia a tecnologia, a genética, ou algo do tipo eliminar de uma vez por todas a morte e o sofrimento humano em todos os níveis (físico e psicológico), o ser humano abandonará de vez a religiosidade e isto não é uma utopia, num futuro próximo ou distante ocorrerá.
    Vamos ser francos, a religião só existe e se mantém devido à presença da morte e do sofrimento.

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