Marina Silva, você não precisa disso!


Leio no Estadão a notícia de que Marina Silva está em busca de uma agenda “Avatar”. Diz-se que a senadora e pré-candidata à Presidência pelo PV, está buscando uma aproximação com o cineasta James Cameron, vencedor de três Oscar pelo blockbuster Avatar. Marina acredita que o filme, detentor da maior bilheteria da história do cinema, é mais um gatilho importante para o ativismo ambiental ? plataforma essencial de sua campanha.

A senadora gostou tanto de “Avatar” que escreveu artigo no qual faz algumas comparações com sua infância no Estado do Acre. Segundo ela, “Teve um momento, vendo Avatar, que me peguei levando a mão à frente para tocar a gota d´água sobre uma folha, tão linda e fresca. Do jeito que eu fazia quando andava pela floresta onde me criei, no Acre.” E também: “Chorei diversas vezes e um dos momentos mais fortes foi quando derrubam a grande árvore. Era a derrubada de um mundo, com tudo o que nele fazia sentido.”

Antes de mais nada, vale registrar meu apreço por Marina Silva e minha confiança em sua candidatura. Não por se tratar de uma evangélica, mas em razão de sua  história de vida e competência. Porém, como dito outrora, a busca pela mudança de sua imagem (obscurantista, como dizem alguns) poderia fatalmente levar Marina a uma alteração de postura.

À época, mencionei que era preciso ponderar acerca de até que ponto iria a candidata para mudar a visão que a mídia tinha ou construía sobre ela. Afirmei que era preciso fugir do radicalismo, entretanto, era preciso muito cuidado também para não amoldar o discurso ao interesse da maioria para não cair na vala comum.

Espero (sinceramente) estar equivocado. Mas, essa tentativa de Marina estabelecer uma “aproximação” com James Camerom, o “pai” de Avatar, a pretexto de um ação ambientalista, apresenta indícios de um certo tom  populista na campanha da candidata, que não se coaduna com sua vida e muito menos com a postura que desejamos.

Como disse: espero sinceramente estar errado; entretanto, de qualquer forma, vale registrar: Marina, você não precisa disso!

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2 comentários

  1. A senadora precisa de apoio da camada popular para uma administração pública; por isso, procura influenciar o povo, apelando para o emocionalismo e o impacto que o filme ‘Avatar’ está causando. Isso não é de seu feitio (creio eu); não é uma boa política. O povo está deixando de ter um caráter imaturo! Quem ela está abraçando: o povo, o Brasil, ou a Democracia?
    A demagogia ou a manipulação?

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