Editorial Mensageiro da Paz – Ano 79 – nº. 1494
Desde o século 18, os intelectuais alemães costumam usar a expressão zeitgeist para descrever o que chamamos de “espírito do nosso tempo”. O termo significa, ao pé da letra, “espírito de uma época” ou “espírito do tempo”. Por extensão, uma tradução comum para o vocábulo também é “sinal dos tempos”. Fato é que cada época é marcada mesmo por uma mentalidade ou espírito dominante. Ou seja, não é equivocado afirmar que cada época tem o seu “espírito”, suas tendências, suas ondas, seus movimentos ideológicos. E não é diferente com a nossa época.
Estamos vivendo um período da História em que o espírito de nossa época é, literalmente, um sinal dos tempos, mas no sentido bíblico – isto é, um sinal da proximidade da Segunda Vinda de Jesus.
Duas marcas desta época são o relativismo e o ataque às instituições. Aliás, a negação dos absolutos e o desprezo às instituições têm sido constantemente lembrados por teóricos como marcas desta curva da História em que vivemos, e que chamam de Pós-modernidade. O resultado dessas tendências, dessas marcas, pode ser visto na crescente onda de flexibilização moral e de hedonismo (a busca da satisfação pessoal acima de tudo) na sociedade ocidental. Infelizmente, tais tendências podem ser constatadas até mesmo em alguns movimentos no meio evangélico, por meio de pregações que supervalorizam o terreno e enfatizam a satisfação pessoal em detrimento da doutrina bíblica da santificação e do compromisso que o cristão tem de encarnar em sua vida, em seu comportamento diário, os preciosos valores do Reino de Deus.
Esse é o zeitgeist, o espírito do nosso tempo, e que foi descrito sintética e perfeitamente por Jesus como um período em que a iniquidade se multiplicaria e o amor de muitos esfriaria; e descrito pelo apóstolo Paulo como “tempos difíceis” ou “tempos trabalhosos”. Aborto, eutanásia, ateísmo (ainda que a maioria da população ocidental não o seja na teoria, mas o vive na prática, pelo modo de vida que adota), banalização do casamento, dignificação do homossexualismo, aumento do consumo de drogas, movimento pela legalização das drogas, o esfacelamento da família, o ter em detrimento do ser, a perda da sensibilidade espiritual (manifestada, por exemplo, na não-percepção mais como pecado de atitudes que são claramente pecado) etc.
São dias realmente difíceis, mas também são dias em que o Espírito de Deus está disposto a agir poderosamente para libertar vidas, usando todos quantos estiverem dispostos a serem instrumentos em Suas mãos. Se estamos vivendo um terrível “espírito do nosso tempo”, estamos vivendo também o tempo do Espírito para as nossas vidas, para fazermos diferença em meio a este mundo corrompido. O Espírito Santo nos convoca para remarmos contra a maré deste mundo, contra as ondas do zeitgeist deste tempo.
Que possamos estar atentos à voz do Espírito Santo. Como disse Jesus às sete igrejas da Ásia em Apocalispe: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito está dizendo”. Que não nos distraiamos com os sons dispersos do espírito deste tempo, mas estejamos focalizados no que nos diz o coração de Deus.
Matéria de Capa
Teologia da Prosperidade: uma praga no meio evangélico brasileiro
Já há alguns anos que grassa no Brasil uma doutrina divorciada da Palavra de Deus e que sobrevive justamente da distorção da interpretação do texto bíblico. Infelizmente, ela ainda prepondera no meio evangélico brasileiro, devido à influência midiática das igrejas neopentecostais, principais seguidoras e disseminadoras desses ensinos. Trata-se da Teologia da Prosperidade, que também responde pelo nome de Confissão Positiva, que nada mais é do que o seu arcabouço argumentativo. Saiba as origens desse ensino, seus principais propugnadores, no que se inspiraram para criá-lo e quais os principais equívocos de seus argumentos.
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A posição do jornal é apoiada pela CGADB ?
Se assim for, eu estou realmente interessado em saber a posição desta a respeito do senhor Silas Malafaia e suas atuais empreitadas.
Graça e Paz.