por Valmir Nascimento Milomem
É impressionante – e digno de tristeza- o modo como o homem caído e distanciado de Deus cria práticas que, para além de atingirem o seu Criador, ferem também a sua própria essência moral.
Nesse contexto, levo um tapa na face ao ler a denúncia feita por Renato Vargens em seu blog, ao registrar que a mais nova mania, lançada na Inglaterra e já com praticantes no Brasil, é fazer sexo dentro do automóvel, mas com uma animada platéia ao redor. Ele ainda escreve: “Segundo os adeptos de tal prática, quanto mais gente, melhor”. Conhecida como dogging, a aventura erótica é uma mistura de exibicionismo, voyeurismo e swing. Deve obrigatoriamente ser feita ao ar livre e à noite. A “cama”, geralmente, é um banco de carro, mas há quem prefira se exibir no capô ou até mesmo na grama de um parque”.
E mais: “Segundo os idealizadores, não tem nada a ver com prostituição. No Brasil, mesmo no início, a atividade é tema de 21 comunidades no Orkut, o maior portal de relacionamentos da internet. Dogging é sinônimo de passeio com o cachorro e também uma desculpa irônica para sair em busca de aventura. A escolha do termo para batizar a onda, dizem os praticantes, veio do segundo significado.”
Sem embargos, Renato Vargens diz que “infelizmente os padrões de moralidade parecem não mais existir, até porque, a forma de se medir felicidade e sucesso diferente daquela encontrada na Palavra de Deus. Na verdade, o objetivo prioritário do ser humano [nesse contexto – grifei] não é a glorificação do nome do Senhor e sim a busca desenfreada pela satisfação pessoal, ainda que para isso seja necessário desconstruir conceitos e valores jogando-os definitivamente na lata do lixo”
A redenção através do sexo?
A toda evidência, dia após dia constatamos o esfacelamento do homem pós-moderno, a enveredar-se pelas vias oblíquas de uma existência fútil e desprovida de propósito, caso em que o sexo passa a ser visto não somente como uma simples prática ordinária, mas também como opção soteriológica (salvadora), consistindo em verdadeira válvula de escape para os problemas reais do ser humano.
O sexo, portanto, é agora concebido como meio condutor de salvação e transformação, e o hedonismo a sua religião oficial. Nesse tom, Charles Colson Nancy Pearcey observam que “o sexo é parte vital da ordem criada por Deus, compondo a sagrada aliança do casamento; nossa natureza sexual é um bom presente divino. Porém, para muitos pensadores modernos, a sexualidade tornou-se a base de uma cosmovisão inteira, a fonte de significado e cura, um meio de redenção. O sexo tem sido exaltado a ponto de nos elevar a nós mesmos para o próximo nível da evolução, criando um novo tipo de natureza humana e uma avançada civilização”. (p. 290), e que “a sexualidade está claramente sendo apresentada como mais do que uma mera gratificação ou deleite sensual. Não é nada menos que uma forma de redenção, um meio para curar a falha fundamental da natureza humana” (p. 294).
Ou seja, o homem natural moderno está tentando se salvar e se libertar por meio da prática sexual. Por esse motivo o lobby da sexualidade irrestrita avança assustadoramente em todos os ambientes da sociedade, seja na política, na educação, na mídia ou até mesmo dentro das famílias. A defesa do “sexo sem amarras e sem preconceito”, é preciso dizer, não é uma visão inocente, mas sim uma ideologia devidamente estabelecida, que, por meio dos seus “evangelistas”, vai tentando transformar os homens, visando a libertá-los dos “constrangimentos da moralidade” e introduzindo uma sociedade ideal.
Com outro olhar, se o hedonismo não é capaz de formar um cosmovisão inteira, consegue, contudo, retirar as resistência daquela na qual está inserida, isso porque tal concepção traz consigo não somente a promiscuidade, a banalização do sexo e a vulgaridade nos relacionamentos entre homem e mulher, mas também uma série de trágicas conseqüências tanto para o indivíduo quanto para a sociedade de uma forma geral. É possível constatar essa verdade ao analisar que, historicamente, a liberalização estabanada do sexo, fundamentada somente no prazer irresponsável, trouxe consigo o aumento da AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis; sem falar ainda o crescimento da gravidez na adolescência, os abortos, as crianças abandonadas, famílias desestruturadas com mães e/ou pais solteiros. Nessa mesma linha, podemos citar ainda que a concepção equivocada sobre a sexualidade contribuiu com o aumento da violência sexual, o abuso infantil, o atentado violento ao pudor e ao estupro.
Não bastasse isso, Francis Schaeffer (Como Viveremos, p. 163) escreve que Edward Gibbon em seu livro Declinio e Queda do Império Romano, dizia que vários fatores levaram o Império Romano à bancarrota, entre eles, o apego exagerado ao sexo. Ele asseverou que os seguintes cinco fatores marcaram o fim de Roma: primeiro, um forte amor pelo espetáculo e pela suntuosidade; segundo, uma crescente discrepância entre ricos e pobres; terceiro, uma obsessão pelo sexo; quarto, excentricidade nas artes, mascarada como originalidade, e entusiasmo fingindo ser criatividade; em quinto lugar, um crescente desejo de viver fora do Estado.
Portanto, a obsessão pelo sexo traz consigo, não somente prejuízo para o indivíduo, mas para a sociedade como um todo. E esse dogging é mais uma prova do quanto perto a sociedade está do precípicio.
O mal e que o homem não gosta de mulher, mas do sexo em si, e a mulher não gosta mais do ser do homem, mas sim do sexo.
É a crise heterossexual daqueles que se ajuntam com o sexo oposto.
É o desejo pelo desejo, é o afân de se encontrar no sexo aquilo que ele jamais pode dar: prazer pleno de corpo e alma;
por isso tantas frustrações e meio de compensações por varias formas, “orientações” preferências e “posições”.
Tudo é muito simples: se o homem procura prazer, ele encontra sexo, das mais inimagináveis maneiras.
Mas se ele (ela) busca uma (um) parceira (parceiro), eles se encontrão um no outro no ato sublime de se fundirem os dois em uma só carne na relação sexual saudável,
não necessariamente pelo ambiente do casamento, mas pela lei mais pura da natureza onde o sexo é
apenas um meio de atração dos pares( macho e fêmea), e não um prazer ou fim absoluto.
Caro Sr. Valmir,
Bom dia,
Adorei sua matéria e concordo plenamente.
Que Deus o abençoe em nome de Jesus.
At.,
Everton
Tema um tanto polêmico porém desenvolvido com bastante sabedoria, parabens amado irmão Valmir, que Deus em tudo lhe graça e unção neste teu ministério.