CRISTÃOS SÓLIDOS EM UMA MODERNIDADE LIQUÍDA


Apesar do termo “pós-modernidade” ser o mais usado para se referir ao tempo presente em que vivemos, seja como ruptura (anti-modernidade) ou como continuidade (sobre-modernidade) do projeto modernista, o sociólogo polônes Zygmunt Bauman utiliza outra expressão para se referir a esse contexto atual:modernidade líquida.

Bauman dizia que a antiga modernidade era caracterizada pela sua solidez (modernidade sólida), com seu conjunto fixo de valores. Já o tempo atual (modernidade líquida) é caracterizado pela volatilidade, pela grande possibilidade de adpatações e pela instabilidade. Ele escreve: 

Os fluidos se movem facilmente. Eles “fluem”, “escorrem”, “esvaem-se”, “respingam”, “transbordam”, “vazam”, “inundam”, “Borrifam”, “pingam”; são “filtrados”, “destilados”; diferentemente dos sólidos, não são facilmente contidos – contornam certos obstáculos, dissolvem outros e invadem ou inundam seu caminho. Do encontro com sólidos emergem intactos, enquanto os sólidos que se encontraram, se permanecem sólidos, são alterados – ficam molhados ou encharcados. A extraordinárias mobilidade dos fluidos é o que os associa à idéia de “leveza”(…) (…) Associamos “leveza” ou “ausência de peso” à mobilidade e à inconstância: sabemos pela prática que quanto mais leve viajamos, com maior facilidade e rapidez nos movemos. (2001: 8)

Bauman realmente utilizou as palavras ideais para diferenciar a modernidade da pós-modernidade. Hoje, dentro da esfera social, não se concebe  a rigidez de valores absolutos e da identidade autônoma de pensamento. É sólido demais. Ao contrário, precisamos ser como a água: inconstantes, flexíveis e adaptáveis a tudo quanto se nos apresenta.

Esse é o problema dos cristãos hoje. Somos como uma barra de ferro dentro de uma bacia dágua. Blocos de aço imersos no mar. As ondas batem e continuamos parados. A maré vem, mas não mudamos. E isso incomoda as “porções da água”. Afinal, não “fluimos”, não “pingamos” e não “destilamos” conforme eles querem. Somos assim. Aço incomodando o líquido. E esse é o chamado do cristão:

Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.(I Corintios 15:58)

 “E não vos conformei com este mundo, mas transformai-vos pela. renovação do vosso entendimento.” (Romanos 12.2).

 Por outro lado, esse mesmo mundo liquído carece da água verdadeira: Cristo!

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8 comentários

  1. Eu acho que há um perigo nos dois extremos.
    Ser sólido demais atrapalha a renovação de pensamentos que a bíblia aconselha em Romanos 12.2, por um lado, não ter um fundamento sólido em que acreditar nos torna voláteis e incostantes, e isso a Bíblia tb adverte em I Cor. 15.58, como você bem citou.

  2. Paz do Senhor irmão Valmir,

    Muito bom post, em alguns lugares a igreja está amolecida , se não voltar-se ao Fundamento certamente escorrerá, será dissolvida.

    Nosso pensamento tem que mudar , mas dentro da solidez e não no sentido de deixarmos que a liquidez nos mude.

    Em Cristo,

    http://www.joaopaulo-mendes.blogspot.com

  3. SIM BAUMAN É UM PENSADOR QUE TRAS À TONA A LIQUIDEZ DE NOSSA SOCIEDADE EM TODAS AS AREAS.

  4. Sem dúvida, o texto é excelente! Não tinha refletido na pós-modernidade em ter fluidos, nos quais segundo a linha de raciocínio adotada é perfeitamente encaixada…

  5. gostei muito da sua colocaçao na verdadeascoisas estao ficando muito liquidas mas que todavia nos os verdadeiro cristaos continuasem sendo ferro em meio desta aguas liquida de contaminçao com as coisas mundana que vemos hoje. pa rabens Valmir Nacimento.. eu por exemplo entre liberal conservador e extremista fico com a do meio nao vamos perder nada em conservar a nossa fe ferro em meio daqs liquides deste mundo

  6. verdade irmão…
    temos que ser diferentes, e naum nos adaptar aos pensamentos modernos, pq ou agradamos a Deus ou agradamos ao mundo naum podemos servir a dois senhores, temos que mostrar a diferença temos que mostrar qi somos luz e naum nos contaminar com pensamentos, como diz a biblia naum vos conformeis com esse seculo….
    graça e paz esteja com vosco…

  7. Olá! A fluidez é algo bom, andar pra frente e vencer obstáculos com a liquidez da água é algo bom. Ser transigente, harmonioso e coeso como os líquidos é bom. Em todos os estados a água não deixa de ser o que é essencialmente e isso também é bom. Neste sentido a pós-modernidade nos trouxe uma leveza extremamente saudável.

    A estagnação, a teimosia, e a intransigência não parecem se harmonizar com o mundo criado por Deus, mundo da eterna mudança, do movimento.

    É bom ser coerente é bom, mas cuidado: metal na água só tende a enferrujar…

    Abraço!

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