AGORA, A POLIGAMIA


Onde passa um boi, passa uma boiada. Esse é o adágio popular. Na sociedade isso também acontece. Estou convencido disso. Tire a tramela que segura os pequenos valores sociais e verá que rapidamente outras condutas nefastas virão logo atrás.

Na semana que passou fiquei ainda mais ciente dessa verdade. Durante aula de Mestrado em Estudos da Cultura Contemporânea da UFMT, do qual participo como aluno especial, fiquei sabendo que no Canadá corre um forte movimento de pessoas reivindicando a liberação da poligamia, ou seja, o casamento com mais de um cônjuge. Algumas cidades foram transformadas em verdadeiras comunidades de polígamos, recebendo famílias pluri-conjugais de vários países, principalmente muçulmanos do Oriente e mórmons dos Estados Unidos, apesar da legislação vigente proibir tal prática (mas não é aplicada).

Segundo nossa professora, que lá esteve, o motivo do pedido é bem simples. Para os defensores desse movimento, a liberação (ou a descriminalização) da poligamia é uma questão de justiça e de igualmente em referência aos homossexuais, isso porque recentemente foi aprovado no país a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ele argumentam: “Se é permitido o casamento entre pessoas do mesmo sexo, por que não é possível o casamento com mais de um cônjuge?”.

Em tese, os legisladores do Canadá não possuem qualquer resposta plausível para apresentar àqueles que fazem apologia à poligamia, pois, eles próprios retiraram os referenciais de certo e de errado no que se refere ao casamento. Ele abriram as portas para o boi, agora, terão que suportar a boiada. Retiraram a tramela, agora, terão que arcar com as conseqüências. Esse é o problema do relativismo moral. Ele manda bala em todos os absolutos éticos que deveriam nortear o relacionamento humano, e, quando isso acontece, resultados prejudiciais acontecerão. Como escreveu Francis Schaeffer, “Quando a sociedade não aceita nenhum tipo de absoluto, o único absoluto é a própria sociedade”. Essa é a parte da história que a sociedade pós-moderna não quer ver. Ela quer cada vez mais liberdade, mas não aceita as conseqüências. Ela tolera o relativismo sexual, mas não suporta a quantidade de problemas que isso tem provocado.

Após o casamento entre o homossexuais, a poligamia deverá ser o novo “direito” a ser reivindicado pela sociedade. Após, o aborto de anencéfalos, o aborto de qualquer tipo de criança será o novo pedido. Assim caminha a humanidade. Abra uma porta, e chore as conseqüências. Por isso o conselho bíblico: “Não remova os limites que foram postos pelos nossos pais” (Pv. 22.28).

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4 comentários

  1. seja bem vinda a poligamia, é tempo de refletir, creio que será muito saudavel

  2. Caríssimo irmão, a poligamia segundo indícios da bíblia é uma das conseqüências ou frutos de uma vida carnal e não de uma vida espíritual. Depois que o homem pecou ele perdeu sua natureza espiritual e passou a viver segundo a carne. Porque Deus não condenou explicitamente a poligamia na vida dos patriarcas, profetas e muitos dos seus servos, não significa que Ele tenha aprovado a questão. Uma coisa não justifica a outra. Existem muitos mistérios que ainda carecem de uma revelação divina. Contudo, vale ressaltar que embora aparentemente não haja uma condenação explicita, há no mínimo claros exemplos dos graves problemas que ocorreram na vida daqueles que optaram por uma vida nestas circunstâncias e há claros indícios de como Deus planejou a relação entre o homem e a mulher.
    As leis do A.T. sofreram uma transição até o N.T. e Jesus mudou o que deveria ser mudado.
    Portanto, no princípio, era o casamento monogâmico e cabe a nós cristãos, conservá-lo assim, segundo os preceitos divinos. Ninguém, repito, ninguém pode mudar as leis de Deus; se assim ocorrer, esse tal prestará contas um dia.
    Assim caminha a humanidade que não tem Deus no coração. Assim caminha a humanidade que tem o coração duro. É simples. “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”.

  3. Gostei muito do seu texto, Valmir! Também trabalho na área jurídica e observo que a insignificância dos fatos, para o Direito, só tem aumentado. Temo pelo que virá…

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