O Menisco, digo, Ministro José Gomes Aborto Temporão deu seu pitaco na audiência do STF sobre aborto de anencéfalos. Como esperado, ele voltou a defender a liberdade por parte da mulher em optar por interromper ou não a gestação em situações em que há constatação de malformação cerebral do feto, leia-se: direito de matar o nascituro. Argumentou ainda que o diagnóstico de casos de anencefalia é 100% seguro.
Sinceramente, gostaria que os defensores da matança de crianças falassem a mesma língua, pois, na audiência passada uma das comparsas do Ministro Temporão, Débora Diniz Rodrigues, representante do Instituto de Bioética, Direito Humano (ou desumano?) e Gênero (inventaram mais essa) , disse que a bebê anencéfala Marcela de Jesus Galante Ferreira, que sobreviveu um ano e oito meses após ser diagnosticada com anencefalia, não se tratava, na realidade, de caso de anencefalia, mas, como afirmou, se tratava de criança que apresentava cerebelo, tronco cerebral intacto e parte do lobo temporal, o que descaracteriza a anencefalia. Portanto, tinha havido erro de diagnóstico, o que, por si só, dá mais um argumento em contrariedade à impossibilidade do aborto de anencéfalo, afinal, isso colocaria nas mãos de médicos falíveis (e muitos incompetentes), a responsabilidade para dizer se era caso ou não de morte.
Mas, pedir que eles falem a mesma língua é pedir demais, afinal, eles não sabem o que dizem!
Ps1. Não acabou o debate, o Supremo Tribunal Federal (STF) dará prosseguimento no dia 16 de setembro à audiência pública que discute a possibilidade de interrupção da gravidez em caso de fetos anencéfalos (sem cérebro)
Ps2. Tá correndo um debate interessante no blog do Pr. Geremias do Couto. Vai lá!
Eu recomendo fortemente um emocionante vídeo: http://es.youtube.com/watch?v=pJtlrYmZe6Y
Foi feito para fomentar uma maior aceitação social das crianças na Alemanha. Foi realizado por diversos meios de comunicação privados, dentro de uma campanha que contou com o apoio de personalidades da vida pública, apresentadores de televisão e esportistas que não cobraram cachê pela sua participação. Também receberam o apoio de importantes grupos editoriais e financeiros. Desde a liberalização do aborto no país os dados oficiais falam de quatro milhões de abortos, e não é leviano dizer que a cifra real seja o dobro. Este clima tem provocado que as crianças sejam valorizadas como um efeito não desejado do prazer sexual. Curiosamente, depois da campanha, a natalidade tem crescido na Alemanha.
Santiago Chiva (Granada, Espanha)