O Petry e a sua evangélicofobia


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Valmir Nascimento

Após ter escrito algo sobre a abordagem anti-cristã do colunista André Petry da Revista Veja, e a sua pseudo-tolerância, tentei ficar algum tempo sem tecer qualquer comentário sobre os seus indigestos posicionamentos. Serei sincero. Eu tentei. Bem que tentei. Deus é prova.

Mas daí o cidadão escreve uma artigo com o tema “A fé dos homofóbicos” onde desce o sarrafo nos evangélicos que foram até o Senado Federal para a manifestação contra o PL 122 (o projeto que tenta instituir a mordaça gay), levando-me novamente a abordar a sua evangélicofobia.

Ele começa dizendo que os evangélicos estão fazendo uma interpretação grosseira da lei, pois, conforme afirma, o aludido projeto de lei não tem como intenção proibir a crítica, mas sim a discriminação. Ele diz que “uma coisa é ser contra o casamento gay, por razões de qualquer natureza. Outra coisa é humilhar os gays, apontá-los como filhos do demônio, doentes ou tarados“.

Ele diz que criticar pode, discriminar não pode!

Não sei se o Petry percebeu mas é exatamente esse o núcleo do debate. O que nós achamos que é crítica, os homossexuais entendem como discriminação. O que entendemos como opinião. Eles acham que é preconceito.

Quer um exemplo? Darei um bem simples:

O evangélico diz: O comportamento homossexual é contrário à natureza humana, pois a Bíblia declara que Deus criou homem e mulher, e condena qualquer tipo de relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Assim, o homossexualismo é imoral, anti-natural, anti-bíblico e atenta contra as bases da familia.”.

Até onde compreendemos isso é uma crítica; uma opinião baseado na liberdade de expressão.

A questão é que os homossexuais entendem que tal posicionamento é mais do que isso, é discriminação.

Portanto, os conceitos de crítica e discriminação são bem relativos, e dentro da ótica moderna, o que mais prevalece é a de que todo posicionamento em contrariedade aos gays revestem-se de preconceito e discriminação.

Portanto, essa tentativa de separar opinião de discriminação é engodo. Tudo isso é colóquio para acalentar bovino. Ou seja, conversa para boi dormir. É sabido que a institucionalização de qualquer tipo de crime por discriminação, no caso do projeto, “por orientação sexual e identidade de gênero”, restringe a própria liberdade de opinião e a manifestação do pensamento, afinal, tal “discriminação” pode ser suscitada tanto por ato quanto por palavras.

Aliás, antes mesmo desse projeto de lei ser aprovado, muitos homossexuais tem ingressado com ações na Justiça contra aqueles que se posicionam contra eles. Imaginem, então, se o projeto for aprovado.

Adiante, ele ainda diz que “O direito penal não é instrumento para infundir virtudes. É um meio para garantir o convívio minimamente pacífico em sociedade. Matar é crime não porque seja imoral, mas porque a sociedade entendeu que a vida deve ser preservada. Dúvidas? Recorram ao Supremo Tribunal Federal. Na democracia, é assim. Lei não é bíblia de moralidade”.

Eis aí mais um dos grandes erros do colunista. Ele diz que a lei não tem nada a ver com a moralidade. Bom, se assim for, daqui alguns anos, quando houver um projeto de lei que torne legal a pedofília ninguém poderá manifestar em contrariedade, afinal, o mais importante é o objeto a ser tutelado, e não o aspecto moral que o reveste. Assim, o que importa na aprovação de uma lei, não é a base ética, mas sim a vontade social.

Essa é uma das idéias que mais trazem prejuízos para a sociedade. Pergunte para Amsterdã na Holanda, que, ao relegar os aspectos morais da lei, liberou todo tipo de comportamento na sociedade, e agora corre atráz dos prejuízos provocados pela comercialização das drogas e pela prostituição, a fim de atender aos anseios sociais.

O que Petry deveria entender é que, toda lei deve estar sedimentada em um fundamento moral. As leis, como se sabe, seguem dois caminhos paralelos: 1) Vontade do povo baseado na evolução social e 2) direito natural (compreendido como os direitos básicos inerentes ao ser humano – vida, liberdade, honra, etc.). Nesse sentido, é legítimo que as leis acompanhem o desenvolvimento social, mesmo porque o direito não é estático, mas sim dinânimo. Entretanto, a partir do momento em que a evolução da sociedade entra em atrito com o direito natural, e os caminhos se distanciam, o certo é que a lei se mantenha no caminho do direito natural, o qual é o fundamento ético e moral do comportamento humano.

No instante em que o legislador desconsidera o aspecto moral da lei, ele simplesmente retira toda a sua estrutura. Assim, lei sem fundamento moral é o mesmo que lei injusta. E lei injusta é o mesmo que lei ilegítima.

Mas o colunista deveria saber disso. Afinal, em tese, ele tenta legitimar a aprovação do PL 122, tendo como supedâneo a idéia de igualdade entre as pessoas, inclusive aquelas de opção sexual divergente. Mas o problema é que ele entra num paradoxo.

Por um lado, ele defende a igualdade; e a igualdade não é uma questão de legalidade, mas sim de moralidade. Por outro, ele não acha que a lei deva valer da moralidade.

Como entender o Petry? Ele está indeciso.

Tão indeciso que quando ele diz que a lei não possui valor moral, ele confessa que a lei que ele defende não tem nada a ver com a moralidade.

Em miúdos: Ele diz que precisamos aceitar uma lei que não tem nada a ver com a moralidade!

Daí, quando dizemos que o homossexualismo é imoral, ainda nos tacham de preconceituosos!?

Ah. Vá entender esse mundo!

Por fim, aqui vai uma dica ao leitores. Eis o e-mail da coluna do Petry colunadopetry@abril.com.br, para podermos expressar nossa opinião.

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7 comentários

  1. .

    O termo “discriminação” tem mesmo uma interpretação relativa. busquei através de textos de outros, que inclusive postei, entender o que seria crime de discriminação.

    De minha pesquisa entendi o seguinte:

    Quando uma pessoa é exposta publicamente com palavras difamatórias diante de outras pessoas, seja pela sua intimidade, religião, raça, ideologia, religião ou comportamento não aceito – dentro do grupo – a que pertença ou não, está sofrendo uma discriminação.

    Seria uma crítica difamatória expondo a pessoa presente, diante de outras, com a atitude de humilhar, destruir e envergonhar. Observando o conceito dentro deste contexto, uma atitude destas carece de amor cristão, pois Jesus nunca usou destes expedientes. Nem diante de Zaqueu, que era um fiscal corrupto, nem da pecadora que ungiu ses pés, nem da mulher saritana junto ao poço, nem no trato com a mulher adúltero.

    Valmir foi muito feliz ao entender o contexto da interpretação por parte dos homossexuais, eles fazem confusão mesmo entre crítica de comportamento e discriminação-crime.

    Tanto é verdade que rotulam a Bíblia como um livro homofóbico, considerando Deus – seu Autor – como um criminoso. Um livro não pode ser homofóbico pelo simples fato de não concordar com a idiossincrazia de ninguém, pois a Bíblia sendo apenas um livro não odeia ninguém, e Jesus Cristo a Rocha em que está construído o Novo Testamento nunca e em momento algum mandou execrar, e matar gays. Nem o apóstolo Paulo fez isto. Antes de Ser cristão ele, sim, mandava matar os cristãos.

    Nós cristãos podemos dizer que amamos as pessoas com o mesmo amor que Cristo nos ensinou. E perguntar, não é crime: a recíproca homossexual é verdadeira? A julgar por ALGUNS ( não todos) comentários que tenho documentado, não!

    Eles carecem do mínimo de respeito e educação. Fico imaginando o tamanho da perseguição e prisão de pastores não aconteceriam se um projeto exdrúxulo, como é o Pl 122, fosse convertido em Lei.

    .

    .

  2. João,

    Não há dúvidas de que a discriminação deve ser punida.

    Porém, toda lei deve ter esteio na constituição. E nela está escrito que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. O texto diz, no seu artigo terceiro, inciso quarto, que “constituem princípios fundamentais da República Federativa do Brasil o de promover o bem comum, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação”.

    Veja que a CF fala em preconceito por causa de sexo, e não de opção sexual.

    A questão é que os ativistas homossexuais querem ser “brindados”, onde ninguém possa se pronunciar contra eles. Ora, então seria necessário criar um tipo penal em contrariedade a todo tipo de discriminaçào no Brasil. Pois, se assim não fizer, criar uma lei para tutelar somente os direitos dos homossexuais, cria-se, com isso, uma discriminação em relaçào aos outros grupos.

    É isso que o Petry não entende.

    Na paz

  3. João,

    Concordo com o que você escreveu. Mas, uma pergunta: vc mandou isso pro Petry ou ficou apenas nas “páginas da web”? Acho que seria interessante que vc mandasse para ele, pois os canais de debate, ao que parece, estão abertos. Peça a ele, então, direito de expressão. Se ele não der, recorra à Veja. Mas mande, pois acredito que ele possa entender algo – caso queira mesmo entender. Porém, deixemos a dúvida com ele e não conosco. Essa é minha opinião, de um irmão em Cristo.
    Abraços e parabéns pelo blog!

  4. SR.ANDRÉ PETRY SE VOCE NÃO ESTA PREPARADO PARA CRITICA,NÃO CRITIQUE.

  5. Excelente reflexão.

    Infelizmente, tentar explicar o óbvio sobre nossos motivos da oposição à lei, é uma sempre complicada tarefa. Romper os muros das redações dos grandes jornais é complicado pela acentuada homossimpatia que pontua os meios artísticos e jornalísticos nos grandes centros. Além, é claro, da tonitroante evangelicofobia.

    Peço permissão para lincar esse blog no meu… Ok?

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