Pedofilia ou pervesãofilia?

Nos últimos dias temos acompanhado estarrecidos a prisão de várias pessoas acusadas de pedofilia no Brasil. Algumas delas, inclusive, são autoridades, que exercem cargos de destaque na sociedade, como o caso Roraima.

De antemão, farei uma correção. Pedofilia certamente não é o termo mais correto para se referir ao tipo de ato ao qual geralmente é aplicado. A exploração sexual e todo tipo de torpeza realizada contra crianças indefesas e abusos que nem mesmo adultos suportariam não pode levar tal denominação, isso porque pedofilia provém do grego (paedophilia) παιδοφιλια < παις (que significa “criança”) e φιλια ( ‘amizade’; ‘afinidade’; ‘amor’, ‘afeição’, ‘atração’), ou seja, amor por crianças.

O termo mais correto, ao meu ver, seria PERVERSÃOFILIA, ou atração pela perversão!

Essa sim, seria a melhor denominação a ser aplicada àqueles indivíduos que exploram bebês (isso mesmo), crianças e adolescentes, sem qualquer tipo de pudor, levando-os à prática de obscenidades ou atos libidinosos.

Tal pessoa é um pervertido, que perdeu o senso do correto, da moral, e da dignidade da pessoa humana.

A Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS), item F65.4, define a pedofilia como “Preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças de um ou do outro sexo, geralmente pré-púberes ou não“.^[7].

A Bíblia dá outro nome a isso: P-E-C-A-D-O.

28 E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
29 Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
30 Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;
31 Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;
32 Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. Rm 1.28-32

O problema é que esse tipo de comportamento cresce a cada dia. Existe um infinidade de Rede, Clubes e Associação que congregam essas pessoas que comungam da mesma perversãofilia; e, infelizmente, o grande canal para o crescimento desse absurdo é exatamente a internet, a qual facilita a comunicação, a disseminação e também o engodo das crianças.

Até mesmo os pervertidos envolvidos nessa teia reconhecem isso. Em entrevista ao Jornal da Record, Márcio Aurélio Toledo, pego recentemente, disse o previsível, que estava arrependido, e, veja só, deu o recado aos pais para que tomem cuidado com o uso do computador pelos seus filhos. “Tudo começa inocentemente”, disse. (É brincadeira?)

A lei brasileira não possui o tipo penal “pedofilia”. Entretanto, a pedofilia, como contato sexual entre crianças pré-púberes ou não e adultos, se enquadra juridicamente nos crimes de estupro (art. 213 do Código Penal) e atentado violento ao pudor (art. 214 do Código Penal), agravados pela presunção de violência prevista no art. 224, “a”, do CP, ambos com pena de seis a dez anos de reclusão e considerados crimes hediondos.

Pornografia infantil é crime passível de pena de reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa. Artigo 241, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90): Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou Internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente.

Portanto, se souber de algo. Denuncie!