Práticas modernas que prejudicam o crescimento espiritual da igreja
Por Marcos Antônio Guimarães
A inconsistência no estudo sistemático das escrituras sagradas e o desprezo pelas doutrinas fundamentais da fé cristã têm levado muitos cristãos a reconhecerem determinadas práticas que uma vez “espiritualizadas”, passam por doutrinas bíblicas genuínas.
Estas práticas modernas revestidas de velhas artimanhas têm prejudicado sensivelmente o crescimento espiritual de muitos cristãos.
As velhas armas
Durante a caminhada da igreja, identificamos o nosso adversário usando diferentes armas contra a igreja de Cristo. A primeira tentativa (mais explícita) do diabo foi fazer do cristianismo uma mera ramificação do judaísmo, implantando costumes e práticas judaicas aos novos conversos, quer seja na guarda do sábado, ou pela obrigação da circuncisão, ou a observação de práticas dietéticas específicas ao povo judeu. A igreja conseguiu vencer.
A segunda arma foi a perseguição. Milhares de servos de Deus tiveram suas propriedades confiscadas, seus filhos arrancados de si, foram mortos ao fio da espada, jogados às feras, feitos espetáculo deste mundo como assinalou o apóstolo Paulo (1 Cor. 4:9). A igreja também venceu e cresceu de maneira impressionante, pois cada cristão perseguido era um missionário em terras distantes.
Paganismo e Secularismo
No limiar do terceiro século da era cristã, houve uma tentativa quase triunfante do inimigo para estagnar ou prejudicar a caminhada da igreja de Cristo, considero que houve duas frentes principais, uma delas foi o cristianismo ter se tornado a religião oficial do império, por decreto do imperador Constantino. Este fato resultou em uma organização mística e permeada por práticas condenáveis, sob o manto da cristianização do paganismo, quer seja pela veneração de ídolos, ou a criação da figura do “Pai” da igreja, então o bispo de Roma, uma cópia disfarçada da veneração ao imperador romano.
A outra frente foi o ataque à sã doutrina, por intermédio de ensinos que se distanciavam das verdades bíblicas, ou que procuraram corrompê-las, tais como o agnosticismo e o arianismo, entre outros. Durante os próximos séculos, o que se viu foi uma organização religiosa corrompida, que procurava atender às suas próprias necessidades, estabelecendo dogmas que eram uma tentativa arrogante de suprimir as verdades bíblicas.
Contudo, Deus conservou um povo separado paralelamente. A partir daí quem perseguia os verdadeiros servos de Deus, não era mais o império (apesar de outros períodos de perseguição), mas a própria igreja organizada que se tinha deixado seduzir pelo poder.
As novas armas
Atualmente o diabo tem procurado gerar confusão na mente dos que já são cristãos, e principalmente daqueles que podem vir a serem, usando outras armas, porém, com a velha artimanha do engano. São práticas cômicas tais como uma espécie de barganha financeira com Deus, exaltação do espiritualismo ao invés da constância na santificação, exaltação do papel dos anjos na presente dispensação.
Considero que nenhum ensino tem sido tão prejudicial, quanto o que tem sido propagado sob a tutela da teologia da prosperidade, provocando uma onda de “triunfalismo” que pode comprometer seriamente a teologia pentecostal. Estas práticas são marcadas por muita emoção e autopromoção de seus propagadores.
Vencendo as artimanhas malignas
O apóstolo Paulo nos exorta “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo (Ef. 4:14,15)”. E ainda que “Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef. 5: 25b-27).
O objetivo principal de Deus por intermédio da igreja na terra, é promover um ambiente livre de toda sorte de modismos e práticas místicas, para que os pecadores se arrependam e venham ao conhecimento da verdade.
No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo (Ef. 6:10,11), só assim venceremos as velhas artimanhas do maligno.